20 de maio de 2010

28 e lá vou Eu :)

Conforme as velinhas do bolo foram aumentando muitas coisas foram mudando. Meu círculo de amigos diminuiu consideravelmente, e é cada vez mais difícil vê-los. Arrumar tempo virou uma tarefa complexa, conciliar trabalho, filhos, estudo, região geográfica, fase lunar e energia cósmica, é bem difícil (rs). Essa distância atestou as verdadeiras amizades, pude perceber que nem sempre uma multidão significa boa companhia.
Os que sobrevivem a tudo isso são bons, queridos e compreensivos. Sempre a “postos” - seja naquela ligação desesperada, naquela visita em um momento difícil, ou no choppinho “anual”, onde sou confirmada junto ao boi-tata e a pequena sereia.
A maturidade é cruel, porque ela te traz a percepção de que existem pessoas egoístas, e que aquele “amigo próximo”, não é exatamente próximo sem motivo. E que aquela pessoa bacana, que aparece uma vez ou outra, mas sempre com carinho, palavras de saudade e bons sentimentos é quem vai te socorrer na hora que o chão fugir dos teus pés. Esses sim passaram a ser importantes pra mim.
Eu mudei sem perceber. Hoje sorrio menos, não por ser mais infeliz, não mesmo - mas por ser mais verdadeira comigo, por não precisar ser nada para ninguém. Nunca fui falsa, meu sorriso era apenas para quem eu queria, mas por muito tempo eu quis errado. Sorrio com vontade e o que recebo em troca vale o dobro. Também choro muito, com menos lágrimas, mas com mais dor. Tenho mania de sentir a dor do mundo. Ainda não aprendi a separar. Choro as traições, o coração partido, a morte, a saudade. Sofro junto com quem amo. Não acho que isso seja uma qualidade, talvez se eu me envolvesse menos poderia ajudar mais, mas essa sou eu, esse é meu defeito.
Meu ritmo desacelerou sair três vezes por final de semana me deixa esgotada, sem contar que significa muito dinheiro para meu pequeno salário. Sexta um bom vinho a dois. Sábado uma baladinha. Domingo bem preguiçoso no abraço mais gostoso e cheio de risadas bobas. Uau esse merece o título de fim de semana maravilhoso.
O trabalho não está nem perto do que eu pensava ser quando era criança. Aliás, esse é um problema que devia ter sido tratado por profissionais já na minha infância, eu não quero ser nada, não nasci com nenhum talento natural (além do charme claro), desenho: NOPS, educação física: NOPS, Exatas: NOPS, enfim eu nasci pra ser rica inteligente, mas sem um talento estilo Bill Gates ou algo especial que me rendesse fama e dinheiro de forma fácil. Sem um talento natural me sobra o cargo de funcionária pública daquelas bem acomodadas, mas ainda não criei vergonha suficiente para passar em um concurso. Eu não sei o que acontece, rola uma preguiça de estudar, uma desmotivação sem motivo (hã?). E a Belinha tb não ajuda muito Humf!
Diariamente eu entendo mais de mim, o que quero e o que não quero. Isso às vezes me faz sentir genial e invencível, outras, confusa e temerosa. Minhas opiniões, ainda permanecem fortes. Eu bato o pé, e julgo mais os outros de acordo com meus preceitos (errada eu? Talvez). Mas com minha mania inocente de achar que não vão fazer comigo o que eu não faria com elas me rende julgamentos inevitáveis. Já tenho idade suficiente para adicionar a minha lista coisas aceitáveis e não aceitáveis.

Quanto ao amor – “ah o amor”!! Fomos finalmente apresentados. Descobri que ele não tem nada haver com filme, com flores, bombons ou perfeição. Isso é apenas parte. Amor tem haver com verdade, com tolerância, carinho e afeto. Tem tudo haver com respeito diário. É acreditar em algo tão forte quanto um tornado e tão frágil quanto cristal. Amar é a equação mais absurda que existe, não tem fórmula, mas precisa de química. Não tem peso, e a física é irrelevante – porque dois corpos habitam um mesmo espaço com facilidade e PRAZER. Não tem cálculos óbvios, mas são necessários pelos menos 1 + 1 (a modernidade traz variações). Amor não é certeza, é uma mistura de muitos sins e também dos nãos. Não tem validade, prazo ou garantia. Mas tem o sabor mais delicioso que senti. Tem um calor que nasce no pé e percorre todo corpo tocando cada ossinho da costela. Tem aquela sensação de barriga cheia de borboletas, e cabeça cheia de vento. Afinal: “amar é mesmo tudo!” 
Enfim eu achava que aos “vinte e tantos” eu já teria todas as respostas, mas na verdade eu tenho é mais perguntas.
Engraçado parece que foi ontem que apaguei as 14 velinhas e na próxima semana apago 28! Ai!

Um comentário:

Carol Textor disse...

Nhaaaammmmmmm fazia tempo que os grandes textos não habitavam esse blog. Não grandes de longos (se bem que tbm são), mas grandes de profundos, tocantes, sinceros. Honestos.
Olha, 28 ainda tá no lucro, experimente faltar 5 meses para os 30! Decadência e depressão, a gente se vê por aqui. Hehehe!
Realmente, a gente passa a sorrir menos mesmo. Um sorriso de verdade agora só para poucos e bons.

É Caira, outro dia vc estava comemorando 20 e pouquíssimos num buteco frio e com cabelo de abajour. Viu, tá bem melhor agora!! kkkkkkkk